sábado, 27 de maio de 2017

POR UMA DEMOCRACIA DE QUALIDADE | a propósito do estatuto dos bailarinos da companhia nacional de bailado

recorte da homepage do site da CNB

Bem sabemos, em democracia «delegamos» nos deputados que nos representam, e  não têm que permanentemente estar a perguntar aos seus eleitores, e à população em geral, o que acham do seu trabalho quotidiano. Contudo, a qualquer momento tem de ser escrutináveis e, a nosso ver, é saudável  quando os interessados estão atentos ao que se passa na Assembleia da República. Será mesmo uma expressão avançada da democracia. Vem isto a propósito do estatuto dos bailarinos da Companhia Nacional de Bailado. Então, de seguida os factos.
Há poucos dias, eis que no Parlamento - e não há fome que não dê em fartura -  temos vários partidos a debruçarem-se sobre as artes e a cultura:
 Estatuto do Bailarino discutido no parlamento



As propostas dos PCP, PSD/CDS-PP e de Os Verdes, sobre o Estatuto do Bailarino Profissional, vão ser discutidas na quarta-feira, no parlamento, em sessão plenária.
(...)
Em janeiro deste ano, um membro da Comissão de Trabalhadores (CT) da CNB, José Carlos Oliveira, apontou a falta de de seguro de trabalho como uma das mais antigas reivindicações dos bailarinos, que "continua por resolver".
Em outubro do ano passado, foi anunciada a criação de um Grupo de Trabalho para discussão do Estatuto do Bailarino Profissional da Companhia Nacional de Bailado, entre o Ministério da Cultura, o CENA - Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual, e a Comissão de Bailarinos da Companhia Nacional de Bailado.
Na altura, o Ministério da Cultura disse à agência Lusa não haver "previsão de uma data para a conclusão dos trabalhos".
O estatuto do bailarino, uma reivindicação de vários anos, fazia parte do caderno reivindicativo para 2017 que os sindicatos do setor da Cultura apresentaram aos deputados, no parlamento». Leia na integra no site da TSF.
O seu a seu dono, e assim lembre-se o esforço do Partido Comunista Português na esfera do estatuto dos bailarinos da CNB, e para isso um post anterior do Elitário Para Todos de Dezembro de 2015.De lá, como se pode conferir:

Neste quadro, talvez para muitos inesperadas, houve reações à atividade em curso no Parlamento em torno dos Bailarinos da CNB depois de se  saber que «Parlamento aprova na generalidade todos os diplomas sobre o Estatuto do Bailarino»:


De facto:

Leia aqui
 Mais:

Leia aqui
 Bom, não parece que este «dossiê» possa ser acompanhado facilmente pela generalidade dos cidadãos, nem mesmo pelo setor.Mas para que isso  possa acontecer, já depois disto tudo, talvez ajude este post no  blogue Manifesto 74:


Leia aqui.
E pronto, por agora mais nada. Necessariamente, havemos de voltar ao assunto, mas há que digerir esta avalanche de informação. Porém, desde logo, uma certeza: aqui pelo Elitário Para Todos damos tudo por uma boa discussão, e acreditamos que a parte não se pode sobrepor ao todo ..., embora as coisas possam acontecer por aproximações sucessivas. Mas a globalidade sempre presente e calendarizada.  Sem isso ...

 

quarta-feira, 24 de maio de 2017

GREVE NACIONAL DA FUNÇÃO PÚBLICA | 26 maio 2017






E claro que os trabalhadores em funções públicas na cultura para lá dos problemas gerais assinalados no cartaz da imagem tem os que lhe são especificos. Elegemos com o conhecimento que nos vai chegando muito dele divulgado na comunicação social, mas disperso:  aberrações orgânicas que vêm do tão criticado PREMAC que juntou «alhos» com «bogalhos» e com um número de pessoas ao seu serviço que não atingem os minimos dos minimos o que leva a que haja trabalhadores à beira da exaustão; dirigentes em regime de substituição alguns deles não fazendo a minima ideia do que é o serviço público que deviam garantir e que provavelmente nunca leram o programa do governo e por isso o que encontraram é o que tentam aprender e transformar no seu mundo - «mundinho»; dirigentes para quem a avaliação de desempenho (o tão apregoado SIADAP) é algo com que não sabem lidar, e os trabalhadores precisam dela para progredirem nas carreiras... E há anos «a descoberto»!
E sobre tudo isto que tem carácter de urgência o que dirá o Ministro?  Certamente: a seu tempo se verá. Ou seja, razões não faltam para se fazer greve nos organismos da cultura. De facto, na Cultura a verdade, verdadinha:

SOLUÇÕES! JÁ! 
O TEMPO É DE URGÊNCIA !
 DE HÁ MUITO!



«“Resta saber” se a nova direcção não irá “apenas gerir o lamentável status quo”, e se irá ter o apoio do ministro da Cultura, que “já revelou uma total negligência” na forma como tem enfrentado os problemas do sector e “uma incapacidade lamentável em fazer as reformas que há muito se impõem”»


Leia aqui


Excerto:«(...)Já quanto às expectativas que os agentes no mundo do cinema e do audiovisual no país manifestam relativamente à nova direcção do ICA, as posições voltam a divergir, reassumindo a oposição dos últimos anos.António-Pedro Vasconcelos, presidente da Associação de Realizadores de Cinema e Audiovisual (ARCA), diz conhecer Luís Chaby Vaz do seu trabalho na administração da Tobis e da embaixada de Portugal em Madrid. “Resta saber” se a nova direcção não irá “apenas gerir o lamentável status quo”, e se irá ter o apoio do ministro da Cultura, que “já revelou uma total negligência” na forma como tem enfrentado os problemas do sector e “uma incapacidade lamentável em fazer as reformas que há muito se impõem”, acusa o realizador. (...)»

O CHAMADO «DISCURSO REDONDO» E SEM PRESSA | «“neste momento, os problemas que se apresentam tornavam conveniente uma nova direção”, mas lembrou que “quem tomou a iniciativa de pedir a demissão foi evidentemente a anterior direção do ICA”, à qual fez questão de “prestar homenagem”»

Leia aqui


  «(...)
 Castro Mendes observou que, “neste momento, os problemas que se apresentam tornavam conveniente uma nova direção”, mas lembrou que “quem tomou a iniciativa de pedir a demissão foi evidentemente a anterior direção do ICA”, à qual fez questão de “prestar homenagem”.
“A direção do ICA demitiu-se, foi substituída por outra. Nós respeitámos essa decisão e esperamos que com a nova direção, com o dinamismo da nova direção, com a possibilidade de renovar as negociações e as conversas com todos os parceiros da área do cinema, possamos ir ao encontro de um bom resultado”, reforçou, prometendo voltar a falar do assunto “muito em breve”.
Na semana passada, a 17 de maio, Filomena Serras Pereira e Ana Costa Dias, presidente e vice-presidente, respetivamente, do ICA, pediram a demissão, aceite pelo Ministério da Cultura, que no dia seguinte anunciou que Luís Chaby Vaz seria o novo presidente do instituto e Maria Mineiro a nova vice-presidente, iniciando ambos funções a 01 de junho. (...)». Leia na integra.
Ainda que mal se pergunte: a nomeação vai ser em regime de substituição? Só pode, porque à partida estas coisas terão de passar por Concurso, nomeadamente pela CRESAP, e não houve tempo. Isto é, uma vez mais, a SUBSTITUIÇÃO como regra. E aguardemos a publicação no Diário da República para, nomeadamente, se avaliar se estamos, uma vez mais, em concreto,  com mais um «tirocínio» que a comparar com outras situações se poderá prolongar por longos e bons meses..., anos!
Mas parece que esta coisa dos Dirigentes não é exclusivo da Cultura - só que aqui a coisa agrava-se, e em algumas casos já se transformou numa doença crónica - exemplo de estimação: a DGARTES. A propósito aproxima-se  um ano de «substituição/tirocínio» das atuais dirigentes. Mas aguardemos a «data» para os devidos festejos ... Se a mudança no ICA trouxer as mesmas mudanças que na DGARTES estamos conversados. Tudo na mesma, mas como se vivia em estado de doença, piorou. Naturalmente.
E sobre estas «coisas», este trabalho do Observador: 

Leia aqui


 Um excerto: «(…)O ministro ia nomeando os dirigentes que ficavam no cargo de forma provisória enquanto o concurso não começava ou não se resolvia, e, assim, os diretores interinos iam ganhando currículo. Quando se candidatavam depois ao cargo, já tinham experiência suficiente. O próprio presidente da CRESAP, João Bilhim, admite que nove em cada 10 pessoas nomeadas em regime de substituição (muitas com ligações partidárias) conseguiram ser selecionadas pela CRESAP. Pesou o conhecimento adquirido nas funções. (…)». É o que designamos por tirocínio: como se vê o Elitário Para Todos não está sozinho no diagnóstico. Que alivio para a Cultura ! - fazem o que os outros fazem ...
E para terminar: será que face aos problemas que se apresentam não se torna conveniente uma nova Governação ?Evidentemente que se espera que a iniciativa parta dos visados, e se liberte o Senhor Primeiro Ministro para o momento de «prestar homenagem» e escolher novos nomes. Podia ser que com o dinamismo da nova governação viesse alguma esperança! Para o setor no seu conjunto.
 

«OCULA»



Veja aqui

sábado, 20 de maio de 2017

«De facto, o passado é um país estrangeiro»

Leia aqui, no Público

Outros excertos:
«(...)
 Sei também do autoritarismo que percorria muitas ideias políticas, do enorme machismo e sexismo existente, das inúmeras ficções, teatros e enganos desses anos do final da década de 70. Mas estou neste momento a organizar mais de mil fotografias desses anos tiradas por militância e não pela arte da imagem, e que só em parte tinham intenção documental. E essas fotografias revelam um momento excepcional da vida portuguesa, menos político do que pensávamos na altura, mas mais social, altruísta e, à falta de melhor palavra, esperançoso. De facto, o passado é um país estrangeiro.
... 
Noutra fotografia, uma mulher de bata, que se percebe ser igualmente pobre, talvez dona de casa, talvez operária, talvez trabalhando na limpeza, rega umas plantas envasadas em latas, também numa associação popular, daquelas que proliferaram nesses anos. Talvez ela apenas gostasse de flores e lhe custasse o desprezo a que, em nome da revolução, eram votadas, talvez já as regasse antes e não queria que morressem. Seja o que for. Estas faces e estes corpos teriam certamente as mais genuínas das emoções pela vitória de Salvador Sobral na Eurovisão. Mas não se ficavam por aqui, tinham algumas esperanças que nós não ousamos ter. E temo que os espasmos nacionalistas com as canções e com o futebol tenham ocupado algumas dessas esperanças, transformando-as em egoísmos.
... 
 É para esse olhar e para o “movimento” da atitude de Orwell que me volto nestes dias como antídoto para a facilidade e para o facilitismo social, para as profundas perdas de dignidade e soberania, de liberdade e autonomia, que aceitamos todos os dias por preguiça mediatizada, por “auto-estima” de plástico. Tenho consciência de que há muitas contradições, ou sentidos contraditórios, neste artigo. Às vezes é assim».

quinta-feira, 18 de maio de 2017

PARA O ICA E PARA TODOS OS ORGANISMOS | «sentido de Estado e ideias muito claras para o setor»

Leia aqui


Atenção CRESAP, e aproveitando a boleia do ICA,  na seleção dos Dirigentes não se esqueçam: «sentido de Estado e ideias muito claras para o setor». E já agora, conhecerem um mínimo da Administração Pública, do género: desde logo, a Constituição da República; planos de atividades;  orçamentos; avaliação do desempenho; direitos dos trabalhadores; obrigações dos técnicos; noções básicas de direito; umas luzes sobre a organização do trabalho; consequências de assédio moral; preservação da memória dos organismos; que ouçam a comunicação social; que conheçam o programa do governo ... Íamos acrescentar «bom senso», mas isso ... Em suma, convém que não venham fazer tirocínio, e que não se julguem ungidos por dotes automaticamente adquiridos ao serem escolhidos para dirigentes, ... Por último, que não riam, por exemplo, quando se fala em «serviço público» ou em «refundação dos organismos» ... Mas a propósito de «refundação», pode ser que ajude:


Leia aqui

NO DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS | «gestão de museus e políticas museológicas»



No Dia Internacional dos Museus 2017, boa ocasião para relembrar o Boletim do ICOM Portugal abaixo. O Editorial começa assim: «Começamos o ano com balanços. Balanços associativos, pois estamos no final do triénio dos órgãos sociais do ICOM Portugal em funções (2014-2017), aproximando-se novas eleições a 27 de Março. E balanços mais globais, daí a escolha do tema “gestão de museus e políticas museológicas” para este número dada a actualidade e a urgência de uma reflexão alargada e concertada. Sem pretender um retrato exaustivo, procurámos trazer olhares de dentro e de fora, estimulando perspectivas várias sobre este grande “chapéu” que engloba as políticas museológicas. (...)».

terça-feira, 16 de maio de 2017

«POLIS AND THE PEOPLE / Looking into the future of urban cultural policies»



«Polis and the people: Looking into the future of urban cultural policies explores the current status of cultural policy at a local level and the challenges that lay ahead. Culture Action Europe (CAE) has brought together a diverse coalition of players working in the field of culture and the arts at a local level; including artists, scholars and urbanists, networks, cities, cultural centres and foundations. This publication takes stock of local cultural policy development, reflects on what we have learnt and where we are, before describing possible avenues forward when considering culture from a local perspective.
Cultural, civic and political advancement will only come to be if a diverse coalition of citizens, organisations and institutions work together at different levels. CAE aspires to mirror this process. As such, we summarise below the main points of convergence across contributions, distilling key concepts and proposals with cross-cutting support that could accompany the development of better cultural policies in the future».