quinta-feira, 6 de outubro de 2016

«Para que serve a arte?»


"Transfiguração" (det.) | Rafael | Museus do Vaticano


«(...)
Será sugestivo falar de arte contemporânea na Sala de Rafael porque devemos perguntar-nos o que era a arte para quem encomendava aquelas obras-primas. Para Leão X, que quis as tapeçarias para a Capela Sistina, para o cardeal Giuliano de Medici, que comissionou a Rafael o quadro talvez mais belo do mundo, com Cristo que resplandece como o sol do meio-dia sobre a obra em negro, quase pré-Caravaggio, das mulheres e dos homens que se agitam desesperados em busca de uma salvação que só o Transfigurado pode dar.

Para aqueles adjudicadores, a arte era espanto e emoção, era tornar visível a história, o milagre, o prodígio, era prazer dos sentidos, era admiração pelos recursos artísticos que conseguem tornar o tecido mimético da pintura e o pôr do sol por trás do monte Tabor da "Transfiguração" mais verdadeiro do que qualquer pôr do sol que aos olhos humanos em vida seja dado a ver. Naturalmente, para aqueles homens a arte era também orgulho da função, de classe, era o modo de afirmar um primado. (...)». Leia na integra.






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