quarta-feira, 22 de julho de 2015

BRUSCAMENTE NO VERÃO QUENTE DE 75





A «Colecção SEC»  que anda nas bocas do mundo, a propósito da exposição para assinalar a ampliação do Museu do Chiado, deve ter levado a que trabalhadores da então Secretaria de Estado da Cultura,  ainda em actividade ou já aposentados, revisitassem o passado. Nomeadamente,  regressassem ao VERÃO QUENTE DE 1975. A nós aconteceu-nos. E disso três pequenas notas, que procuramos documentar - a memória é traiçoeira:

- Sobre quem iniciou a Colecção, não vimos referido o nome de LISA SANTOS SILVA e, curiosamente, ao pensarmos no assunto é dos primeiros nomes que nos vêm à memória, não só para a «Colecção» como para tanto mais ... Helder Macedo no Encontro «O Estado das Artes| As Artes e o Estado» que teve lugar entre 19 e 21 de Abril de 2001, no Centro Cultural de Belém, menciona a Pintora - (ver a imagem acima que é um excerto das actas do encontro).
- Por várias vezes temos visto fazer coincidir  o início da colecção com o início da Secretaria de Estado da Cultura, e dizendo-se que esta foi criada em 1976. Todavia, neste contexto, a SEC «nasceu» em 1975 - a 2 de Agosto - através do diploma seguinte:


- Para potenciais investigadores,  lembremos  quando a Cultura foi considerada no PIDDAC/ Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central -  (e que festa fizemos quando isso aconteceu pele primeira vez) -  e talvez fosse interessante ver em sede de Orçamento de Estado como é que a colecção foi justificada ao longo dos anos.

E voltemos ao VERÃO QUENTE, e olhando para estes pequenos apontamentos: mas que coisas «quentes», certamente, mas também «boas», propiciou!  Desde logo,  aquelas figuras que foram dirigentes ou membros do Governo; sublinhe-se a colecção já que está na «ordem do dia» e lembramo-nos que no início seria a dinamização do mercado que a justificava; e olhe-se para aquela orgânica que na essência resistiu ao tempo, antecipando aspectos inovadores (como hoje se diria) que depois foram sendo deixados cair numa altura, retomados noutra ocasião,  alguns que agora se adiantam como nunca tivessem existido - aquela Comissão Interministerial da Cultura, na sua génese era para se atingir a tão hoje propalada «transversalização». E até funcionou, mesmo antes de ser institucionalizada ...

Acabámos de reparar que 2 de Agosto de 1975 foi num sábado. Ah! como se trabalhava ... Bom, é melhor não dar ideias.

domingo, 19 de julho de 2015

GRÉCIA | A cultura em tempos de crise

«(...)

O impacto da nova carga fiscal na Grécia será certamente elevado, mas a cultura está de certa forma a ser poupada com a mais baixa taxa de IVA, ao nível dos medicamentos. (...)». Ver aqui.



sábado, 18 de julho de 2015

«CREATE | Create is a new journal that aims to stimulate discussion about the true value of art and culture to our society»



A publicação da imagem é do «Arts Council England», que não esgota as  expressões e suportes do DEBATE, em curso no UK,  sobre o valor da Cultura e das Artes na sociedade,  veja aqui. Em dado momento, em torno do «Create: an animated film» emana, a nosso ver, uma explicitação do eixo organizador para a dinâmica ambicionada:   «What's the true value of arts and culture? Explore perspectives on how they enrich our lives, help us learn, keep us healthy and support the nation».  +.
Saímos do site do Arts Council com  uma certa inveja: inveja boa, como costumamos dizer. Também queremos isto. Será impossível? Pensamos que não,  e tem de ser algo permanente, continuado e sistemático - como  diria  Mário Barradas se ainda estivesse entre nós. Estes empreendimentos são fundamentais para se manterem os contextos indispensáveis a qualquer intervenção pública, ou seja, à execução de um serviço público na esfera da cultura e das artes. Nomeadamente, se as populações não se apropriam do valor da cultura e das artes tudo se complica. E, de repente,  lembrámo-nos da CULTURA EM DIÁLOGO de 1996/97. Em particular, de um Encontro em Coimbra em que, entre outros pontos, se divulgou o sentir do meio teatral na sequência de uma ampla auscultação aos seus agentes. Para os mais novos, se querem saber mais, procurem na Revista ADÁGIO do Centro Dramático de Évora que lhe dedicou espaço em diferentes números.




sexta-feira, 17 de julho de 2015

«FOI ABJECTO»



Um excerto:
«(...)
Jornais, televisões e rádios: à entrada da exposição com que inaugurou a nova ala da Rua Capelo, Barreto Xavier escolheu a máscara do cinismo. Não soube aceitar dignamente as vaias com que foi recebido. Não conseguiu sequer fingir ignorá-las. Teve de lhes mostrar desprezo. Olhou em volta a rir. E foi a rir que acenou na direcção dos artistas, galeristas, críticos, historiadores da arte e outros agentes do meio que se concentraram à porta do museu em protesto. Como se os que o apupavam fossem risíveis e não merecessem o incómodo da gravidade.
Mas quem eram aquelas pessoas que, por uma vez, recusaram franquear as portas do museu e preferiram manter-se na rua? Diletantes? Insensatos? Gente melindrada por falta de reconhecimento entre as instâncias de afirmação no meio? Não. Pelo contrário.
Raquel Henriques da Silva, ex-directora do Museu do Chiado, ex-directora do Instituto Português de Museus, actual membro da secção de museus do Conselho Nacional de Cultura. Filomena Molder, filósofa e ensaísta. Jorge Molder, ex-director do Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian e artista – por acaso, um artista a quem há menos de dois anos o Museu do Chiado dedicou uma exposição antológica. Vasco Araújo, que ainda no ano passado expôs também individualmente no museu. A dupla Sara & André, com o mesmo percurso expositivo recente. Mais? João Tabarra, Ana Vidigal, André Guedes, Ana Cardoso…
Podíamos continuar.  
Eram muitos? Uma centena. Talvez um pouco mais.
Nem que fosse um só deles.
É que não são os políticos que fazem os museus. Quem faz os museus são os artistas e curadores, os historiadores e todos os outros técnicos e agentes de uma vasta rede que produz, gere, interpreta, contextualiza, preserva e dá caução e visibilidade às obras de arte que depois justificam a existência dos museus. A tutela governamental da pasta da Cultura existe, em grande parte, para representar e servir esta e outras redes do sector. Infelizmente, Barreto Xavier parece ter-se convencido do contrário – parece ter-se convencido que esta rede existe para o servir ou que é um mal menor no caminho pessoal que visa traçar. Só isso justifica a tarde negra do Museu do Chiado. (...)». Leia na integra.


HOJE ÀS 21:30H NO TERRAÇO DO HOTEL VITÓRIA | «A Macau de Manuel Vicente» | COM A PRESENÇA DE MANUEL GRAÇA DIAS





Ciclo de Cinema - Arquitectura e Revolução

«A Macau de Manuel Vicente» 
 com a participação de Manuel Graça Dias

Sexta feira | 17 Julho | 21:30H 
Terraço do CT Vitória
Avenida da Liberdade | Lisboa
Organização do Subsector dos Arquitectos
 do SIDORL do PCP




quinta-feira, 16 de julho de 2015

APOIOS ÀS ARTES ATRAVÉS DA DGARTES | Queixa ao Provedor de Justiça


Da notícia:  «(...) "Não podemos aceitar a ligeireza e displicência dos comentários de avaliação das comissões de apreciação da DGArtes", sustentou o responsável do Teatro Ibérico, fundado em Lisboa, em 1981, "e desde então com atividade contínua, atribuição de medalha de mérito cultural e de estatuto de utilidade pública". As entidades consideram "insultuosos" e "subjetivos" os comentários da DGArtes aos projetos apresentados nas candidaturas, nomeadamente quando afirmam que a programação apresentada "tem falta de coerência", indicou, acrescentando que todas apresentaram reclamação da decisão. (...)». Leia mais.

-

quarta-feira, 15 de julho de 2015

RAQUEL HNRIQUES DA SILVA | «Os "calos pisados" do secretário de Estado da Cultura e um museu espezinhado»



O artigo de Raquel Henriques da Silva, como se pode ver, termina assim: «(...) Pessoalmente, vou assumir o direito à indignação: no próximo dia 15 de Julho, ficarei à porta do ex-Governo Civil e recusar-me-ei a participar na inauguração da tão ansiada ampliação do Museu do Chiado. Espero que muitos façam o mesmo, especialmente os artistas da Col. SEC que terão, naquele espaço, uma representação permanente. Mas para que tal corra bem é preciso que seja o Museu do Chiado a fazê-la, com a sua excelente equipa, e não técnicos de museu alheio, submetidos a obediência sem direito a fala».


PETIÇÃO | «Manifesto de Repúdio pelo Processo Conducente à Demissão de David Santos – Director do MNAC»

 


A NOTÍCIA: «Entre os signatários do manifesto estão 49 subscritores originais, desde artistas como  Jorge Molder, Julião Sarmento e João Cutileiro, curadores como Delfim Sardo  e José Silvério, e galeristas como Alda Galsterer, Ana Cristina Guerra, e Pedro Oliveira. O manifesto, dirigido à presidente da Assembleia da Republica, Assunção Esteves, e ao primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, repudia a forma como foi conduzido o processo que levou à demissão de David Santos na terça-feira, em rutura com a tutela da cultura ao fim de um ano e meio no museu. David Santos estava a preparar a exposição de inauguração da ampliação do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado (MNAC-MC) com o título "Narrativa de uma Coleção - Arte Portuguesa na Coleção da Secretaria de Estado da Cultura [SEC] (1960-1990)" prevista para 15 de julho. Em causa está a chamada Coleção SEC criada ao longo de décadas pelo Estado, com cerca de mil obras, na sua maioria em depósito no museu da Fundação de Serralves, no Porto, num protocolo cuja vigência vai até 2027, e cuja tutela estava na Direção-Geral das Artes. Em fevereiro de 2014, um despacho assinado pelo secretário de Estado da Cultura determinava a "afetação" da Coleção SEC à Direção-Geral do Património Cultural, e a "incorporação" da Coleção SEC no Museu do Chiado, "salvaguardando acordos entretanto celebrados", mas o despacho viria a ser revogado na última semana, provocando a demissão do direto. Continue a ler.

segunda-feira, 13 de julho de 2015

«UMA CONVERSA COM JOÃO FIADEIRO»



«A propósito da sua recente exclusão dos apoios da DGArtes, fomos até à Real conversar com João Fiadeiro. Mas nesta grande entrevista ele não nos fala apenas da situação que a motivou. Aproveitámos para saber mais sobre o seu sistema “Composição em Tempo Real”, sobre o cruzamento de artes, e sobre o estado actual da produção cultural».Tirado daqui.

sábado, 11 de julho de 2015

OUTRA TRAPALHADA | «Museu do Chiado Perde Director » | DA ÁREA DA CULTURA DA PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE MINISTROS






















 
Notícia do jornal SOL

Ligando a noticia com os demais episódios que vem acontecendo, e para desanuviar, recorramos às palavras de Jorge Silva Melo no Facebook que nos foram enviadas por um seu seguidor:

«Não invejo a vida dos jornalistas culturais. 
 Com este calor, tentar entender Barreto Xavier  e as suas trágicas hesitações, auto-negações, desmentidos,   coches e concursos, promessas e anti-ciclones... Ai, bem mereciam praia!».

E a corroborar,  via Alertas Google:
  
E da notícia desta última  imagem: «(...) A coleção do Estado esteve sob a tutela da Direção-Geral das Artes (DGArtes) até ao ano passado, e o atual secretário de Estado da Cultura decidiu passá-la para a da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), por despacho publicado em 2014, tendo, por decisão do titular, voltado para a tutela da DGArtes, "mas nunca esteve em causa o protocolo de depósito celebrado com a Fundação de Serralves", disse à Lusa Vassallo e Silva.
O diretor-geral do Património Cultural acrescentou ainda que "é totalmente falso que a DGPC ou algum dos seus responsáveis tenha pedido ao secretário de Estado da Cultura, que lhe fosse revogado o despacho que lhe afetava a coleção"». Leia na integra na RTP notícias.
Mas que enredo! qual  livro policial que no inicio precisa que se fixem os protagonistas ...


quarta-feira, 8 de julho de 2015

HOMENAGEAR MARIA BARROSO ATRAVÉS DO FESTIVAL DE ALMADA




E foi com o texto da imagem no centro que   o FESTIVAL DE ALMADA 2015, a decorrer, prestou a sua homenagem a MARIA BARROSO ao saber-se da sua morte.  Ver aqui.  E nós associamo-nos.  


HÉLIA CORREIA DEDICA O SEU PRÉMIO CAMÕES AOS GREGOS




O discurso de Hélia Correia na cerimónia de ontem em que lhe foi entregue o Prémio Camões,  ver  aqui, no Público, termina assim:
(...)
 O nosso mundo de sobreviventes está seguro por laços muitos finos. Eu vejo os fios que unem os textos nas diversas versões do português, leves fios resistentes e aplicados a construirem uma teia que não rasgue. Quando o angolano Ondjaki dedica um poema ao brasileiro Manoel de Barros, quando Mia Couto reconhece a influência que teve Guimarães Rosa na sua escrita transfiguradora e transfigurada pelas africanas narrativas do seu povo; quando a portuguesa Maria Gabriela Llansol  considera Lispector «uma irmã inteiramente dispersa no nevoeiro», vemos a língua portuguesa a ocupar - não como o invasor ocupa a terra, mas como o sangue ocupa o coração - um espaço livre, um sítio para viver, uma comunidade de diferenças elástica, simbiótica e altiva. Esta é a ditosa língua, minha amada.
Eu dedico este prémio a uma entidade que é para mim pessoalíssima, à Grécia, cuja voz ainda paira sobre as nossas mais preciosas palavras, entre as quais, quase intacta, a poesia. Dedico à Grécia, sem a qual não teríamos aprendido a beleza, sem a qual não teríamos nada ou, no dizer da Doutora Maria Helena da Rocha Pereira, "não seríamos nada".    
 E não foi vestida de azul com uma écharpe branca por acaso.



segunda-feira, 6 de julho de 2015

A VERDADE DOS FACTOS | Hoje 6 de julho de 2015 nenhum dirigente na DGARTES



Lendo a notícia da imagem, de 1 de julho, entre o praticado e o legislado a grande sobra: dizem-nos que hoje, 6 de julho,  a DGARTES, à semelhança de outros dias,  esteve sem qualquer dirigente - intermédio ou superior. Ver o que já se tinha escrito aqui. E já poucos querem saber!, e  isso o verdadeiro problema. 


domingo, 5 de julho de 2015

«HAMLET» NO FESTIVAL DE ALMADA | Hoje e na próxima terça-feira



«“Finalmente, o Hamlet!” foi o que Sophia de Mello Breyner Andresen escreveu no exemplar que ofereceu a Luis Miguel Cintra, quando terminou a sua tradução do clássico de Shakespeare. Desde então que o actor e encenador manteve a vontade de a levar à cena, embora o projecto tenha ficado por concretizar até agora, tornando-se possível numa co-produção que junta, pela primeira vez, o Teatro da Cornucópia e a Companhia de Teatro de Almada. Em Hamlet coloca-se em cena o confronto entre duas gerações. O grupo de jovens constituído pelo protagonista e pelos seus amigos leva a sério os valores em nome dos quais se organiza a sociedade. Os mais velhos, todavia, já não acreditam nesses mesmos valores, exercendo o poder que têm com cinismo. A certa altura, o príncipe Hamlet recorre ao teatro: “Ouvi contar que certos criminosos, assistindo a uma peça, foram de tal forma, e até ao fundo da alma, atingidos pela arte da cena que logo confessaram os seus maus actos” . A tragédia, porém, não se compadece com as suas nobres intenções». +.