domingo, 30 de setembro de 2012

BOLSHOI NAS AMOREIRAS



 
Hoje  por mero acaso soube disto:
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Os Cinemas ZonLusomundo vão transmitir em direto de Moscovo alguns dos bailados do Ballet Bolshoi. Fundado em 1776, o Teatro Bolshoi é um símbolo da cultura e tradições russas e reconhecido mundialmente pelas grandes produções de obras clássicas e de coreógrafos contemporâneos. Todos os bailados são filmados especialmente para o grande ecrã, com mais de 10 câmaras, em alta definição e som 5.1. São transmitidos por satélite e em simultâneo para vários países, entre eles Portugal.
E às 16 horas numa sala de cinema das Amoreiras, composta, com gente de todas as idades, nomeadamente crianças e jovens, lá estava eu a usufruir desta transmissão:
La Sylphide. Direct broadcast
French companies Bel Air Media and Pathé Live continue direct broadcasting of the Bolshoi Theatre ballet performances. In 2008 the Bolshoi received the famous ballet by A. Bournonville directly from Johan Kobborg, a fellow countryman of the great Danish choreographer of the XIX century. And now in the 237th season La Sylphide will be the first performance viewers across the globe will see. Russian audience will have an opportunity to see the ballet live on the YouTube. Ekaterina Krysanova and Vyacheslav Lopatin will dance the title roles.
E gostei. E recomendo, se não me vierem dizer que é a mesma coisa que ver ao vivo. As próximas transmissões. E cá temos a Cultura como riqueza de um País.

TAMBÉM NA COMUNICAÇÃO SOCIAL ESTEVE A SEMANA EM DEFESA DA CULTURA



AS ARTES CONTINUAM NA COMUNICAÇÃO SOCIAL

A comunicação Social continua a referir-se à «suspensão dos concursos» dos Apoios às Artes. No Correio da Manhã, dia 29, (com uma bela foto de um Diretor-Geral sorridente, em «mangas de camisa»):

Apoios às Artes aguarda novas regras das Finanças

Abertura de concursos está suspensa

A Direcção-Geral das Artes (DGArtes) acaba de revelar que a abertura dos concursos públicos de apoio às artes, prevista para esta semana, foi suspensa, aguardando novas regras do Ministério das Finanças. De acordo com o calendário anunciado em Julho deste ano pela DGArtes, os concursos aos apoios Directo Anual, Bienal e Quadrienal, e de apoios indirecto Bienal e Quadrienal às artes deveriam abrir entre segunda e sexta-feira.
Contactada pela agência Lusa para confirmar a abertura dos concursos públicos de apoio às artes, a DGArtes respondeu, através de um comunicado do director-geral, Samuel Rego, indicando que está a "aguardar a conclusão dos procedimentos administrativos que decorrem das novas regras ditadas pelo Ministério das Finanças".
"Os concursos públicos de apoio às artes serão abertos assim que forem aprovadas as respectivas portarias de extensão de encargos", acrescenta o mesmo comunicado da entidade, tutelada pela Secretaria de Estado da Cultura (SEC).
Também os concursos de Apoio Direto Pontual tinham abertura prevista para decorrer entre 1 e 5 de Outubro, de acordo com o mesmo calendário anunciado em Julho deste ano.
Na mesma altura, o director-geral das Artes, Samuel Rego, em declarações à Lusa, estimava que o montante de financiamento destes concursos deveria ser "semelhante a este ano", que ascende globalmente a cerca de 11,2 milhões de euros.
Quanto aos concursos de Apoio à Internacionalização das Artes - uma nova modalidade, introduzida este ano - estava previsto também, de acordo com o calendário, abrir uma edição até final de Dezembro de 2012, e outra até final de Junho de 2013.
Estes concursos visam o desenvolvimento de programas de actividades e projetos nas áreas da arquitetura, artes digitais, artes plásticas, dança, "design", fotografia, música e teatro.

Um pequeno pormenor de que muitos ainda não se aperceberam, como acontece no Correio da Manhã: nem sequer há SECRETARIA DE ESTADO DA CULTURA - a Cultura é uma área da Presidência do Conselho de Ministros - há apenas um SECRETÁRIO DE ESTADO DA CULTURA.. (Ver  Decreto-Lei n.º 126-A/2011 ). O que, por exemplo,  leva aos   logos  seguintes, nomeadamente ao que as entidades que têm projetos apoiados registam nos seus materiais de divulgação:
 
 
 
 
 
Ou seja, em vez de um a é um o e veja-se a diferença que faz. E estas coisas não são pormenores. Em sintese, não há Ministério, não há Secretaria de Estado, há um Secretário de Estado. Mas se as coisas dependem do Ministro das Finanças ...
 

ONTEM NO TERREIRO DO PAÇO

 
 

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

COMUNICADO DA DGARTES A 28 DE SETEMBRO

A Direção-Geral das Artes está a aguardar a conclusão dos procedimentos administrativos que decorrem das novas regras ditadas pelo Ministério das Finanças.
Os Concursos Públicos de Apoio às Artes serão abertos assim que forem aprovadas as respetivas portarias de extensão de encargos.
Samuel Rego
Diretor-Geral das Artes


Face a isto, rir ou chorar? Perguntas: de que novas regras ditadas pelo Ministério das Finanças se está a falar? E o Governo? E que portarias de extensão serão aquelas? Antes disto, aquela coisa do Orçamento do Estado ? Ou seja, que verbas há para 2013 e seguintes, ainda que previsões? E sem o OE aprovado ( que tanto quanto se saiba ainda acontece no Parlamento) podem abrir-se concursos? E quanto a solidariedade entre membros do Governo estamos conversados! Por favor, respeitem a inteligência das pessoas!.
A comunicação social já deu cobertura ao acontecimento:
  
Lisboa, 28 set (Lusa) - A Direção-Geral das Artes (DGArtes) revelou hoje à agência Lusa que a abertura dos concursos públicos de apoio às artes, prevista para esta semana, foi suspensa, aguardando novas regras do Ministério das Finanças.
De acordo com o calendário anunciado em julho deste ano pela DGArtes, os concursos aos apoios Direto Anual, Bienal e Quadrienal, e de apoios indireto Bienal e Quadrienal às artes deveriam abrir entre segunda-feira desta semana e hoje, sexta-feira.
Contactada pela agência Lusa para confirmar a abertura dos concursos públicos de apoio às artes, a DGArtes respondeu, através de um comunicado do diretor-geral, Samuel Rego, indicando que está a "aguardar a conclusão dos procedimentos administrativos que decorrem das novas regras ditadas pelo Ministério das Financas.
Outra notícia no Público online, com este titulo: Apoio às artes à espera de luz verde do Ministério das Finanças - No último dia do prazo anunciado para a abertura dos Concursos Públicos de Apoio às Artes, ou seja esta sexta-feira, a Direcção-Geral das Artes (DGArtes) colocou no seu site um comunicado em que diz estar a “aguardar a conclusão dos procedimentos administrativos que decorrem das novas regras ditadas pelo Ministério das Finanças”. O PÚBLICO tentou perceber quando é que se prevê que a situação esteja ultrapassada, mas, segundo Mónica Oliveira, da gabinete de comunicação da DGArtes, não há neste momento qualquer previsão. A abertura dos concursos para os apoios anuais, bienais e quadrienais poderá acontecer “a qualquer momento”, mas está dependente das Finanças.
(...)
O que agora se anuncia “é que os concursos abrem quando puder ser, e isso é insustentável”, diz ainda Mário Moutinho. “Neste momento já deveria estar planificado pelo menos o ano de 2013 e é absolutamente impossível fazê-lo.” Reconhece, contudo, que a situação ultrapassa os actuais responsáveis da DGArtes, que estão “absolutamente dependentes de directrizes que vêm de cima” e encontram-se “na situação incómoda de ter que dar a cara por uma coisa para a qual não têm respostas.”
(...)O resto.
Tudo isto é penoso, mas tudo isto se deixava ver  no comunicado da DGARTES de Julho


E há que colocar a questão nas suas verdadeiras dimensões, técnica e politica, por exemplo, como  o equacionado  e dado a conhecer neste post anterior que diz em particular:
 
«Na última audição parlamentar em Comissão de Educação, Ciência e Cultura, em resposta a uma pergunta do Grupo Parlamentar do Partido Comunista Português, o Sr Secretário de Estado da Cultura anunciou que apresentaria os cronogramas correspondentes aos procedimentos para concurso de apoio às artes a abrir ainda em 2012. Aliás, anunciou mesmo que faria a divulgação desses cronogramas até ao final de Junho e que os concursos para os apoios plurianuais abriram ainda em Setembro de 2012.
O Grupo Parlamentar do PCP, em contactos diversos e ontem mesmo numa iniciativa do Movimento "Manifesto em Defesa da Cultura" / "1 % para a Cultura" tem vindo a ser alertado para a situação cada vez mais incomportável e indefinida com que estão confrontadas estruturas de criação artística. Por um lado, os cortes de mais de metade dos apoios contratualizados previstos, iniciados pelo anterior Governo (PS/Sócrates) e agravados pelo actual (PSD/CDS - Passos/Portas) já geram uma situação de extrema precariedade no trabalho e na própria viabilidade das estruturas, bem como dos compromissos por estas assumidos com actores, trabalhadores, técnicos e empresas; por outro lado, a constante dilatação dos prazos para a divulgação dos mecanismos e procedimentos concursais para o próximo período plurianual.
 
É urgente conhecer, além do cronograma e dos procedimentos - para possibilitar candidaturas e projectos coesos e elaborados - os montantes a concursos e os prazos, bem como os princípios orientadores dos critérios a utilizar. Caso contrário, caso o Governo insista em não cumprir a lei em vigor, em continuar a suprimir a verba que é das estruturas de criação artística por lei e a retê-la indevidamente, o Governo não deixa dúvidas sobre a sua real intenção: a da limitação da capacidade de criação e fruição artísticas e a da aplicação de uma espécie de censura financeira à liberdade de criação, provocando uma asfixia financeira de tal ordem prolongada que muitas companhias serão forçadas - apesar da resistência que manifestam e do empenho com que trabalham - a sucumbir.
Talvez seja esse mesmo o desígnio do Governo, aliás, de acordo com a mais crua orientação ideológica da direita: submeter única e exclusimanente ao "mercado" as artes, assim se retirando dessa sua função social do Estado prevista na Constituição da República Portuguesa que este Governo não esconde desprezar.
Assim, ao abrigo dos termos regimentais e constitucionais aplicáveis, requeiro a V. Exa se digne solicitar ao Governo, através do Secretário de Estado da Cultura, respostas urgentes às seguintes questões:

1. Quando divulgará o Governo o cronograma sobre os procedimentos para o concurso de apoio às artes, conforme anunciado pelo Secretário de Estado da Cultura em resposta ao PCP em sede de Comissão Parlamentar?
2. Confirma o Governo que mantém a intenção de abrir concursos para o apoio às artes em Setembro de 2012?
3. Se sim, com que montantes?
4. Como pode o Governo anunciar a assunção de compromissos plurianuais, nomeadamente quadrienais, quando é o próprio Governo a impor - através da chamada lei dos compromissos - que nenhum compromisso sem cobertura orçamental disponível possa ser assumido?
5. Da mesma forma, como pode o Governo assumir um compromisso através da DGArtes, de duração plurianual, quando impõe que nenhum compromisso assumido pela Administração do Estado tenha duração superior a três meses?
6. Está o Governo a preparar concursos de fachada, vazios de compromisso e sujeitos às variações da disponibilidade orçamental que o governo decida gerar na liquidez da DGArtes, assim criando apenas mais um elemento de confusão e ilusão junto das estruturas de criação artística?
7. Que medidas vai tomar para cumprir escrupulosamente todos os compromissos que venha a assumir perante as estruturas de criação artística, por via da realização de concursos de apoio às artes?

Palácio de São Bento, terça-feira, 10 de Julho de 2012
 
E que teve esta resposta do Governo, como divulgamos aqui.


Também por este  enredo, Até já, no Terreiro do Paço 
porque
 
 
E até lá,  voltemos ao que está escrito aqui de onde  se tirou:
«(...)
Em boa verdade, o imobilismo, a falta de imaginação para com o mesmo fazer melhor, além do que é puro corte e cola – os cacos – é fruto não apenas da força de Victor Gaspar, mas da impreparação dos ascendidos aos papéis governativos na cultura.
A política necessita de ideias e estas de algum voo prático. E não é fazer mais com o mesmo, como disse alguém. É fazer melhor com o mesmo e inventar mais a partir do mesmo e fora desse mesmo – há muito por onde, mas é necessário ter cultura administrativa e funcionários competentes. Com quem se subalterniza aos ditames do império contabilístico nada a fazer. A cultura é outro território, outra margem, é necessário respirá-la como necessidade orgânica, democracia, acesso de todos a uma cultura “elitista para todos”. É necessário não seguir a política do dono em tudo e não cultivar o terror da “dívida” como novo pecado original. Se ao menos houvesse espírito, que não fosse o santo nem o contabilístico, poderia eventualmente haver um esboço de país cultural, de democracia prospectiva».
 

sábado, 22 de setembro de 2012

PERGUNTAS FEITAS NO PARLAMENTO EUROPEU SOBRE CULTURA

«Pergunta Escrita de João Ferreira e Inês Zuber no Parlamento Europeu

Manifesto em defesa da Cultura "Um por cento para a Cultura"

Em Portugal, um conjunto muito amplo de cidadãos, incluindo muitos trabalhadores das mais diversas áreas da cultura (mas não só), lançaram recentemente um Manifesto Em Defesa da Cultura. Neste manifesto denunciam a destruição e perversão do princípio de serviço público; o estrangulamento financeiro da cultura; o desmantelamento, redução e desqualificação de serviços; a centralização e agregação burocrática de instituições; a mercantilização da cultura. Denunciam que a situação de estrangulamento financeiro, que já colocara o orçamento para a Cultura muito abaixo do nível de subsistência, se agravou com a aplicação do programa FMI-UE.
O manifesto recusa uma visão da Cultura como um adereço da sociedade ou como um privilégio das elites. Defende a Cultura enquanto serviço público que assegura o direito de todos ao acesso, à criação e à fruição cultural. E defende que sejam atribuídas à Cultura, pelo menos, 1% das verbas do Orçamento de Estado, como passo intermédio para a consagração de pelo menos 1% do PIB à Cultura, conforme as recomendações da UNESCO.
Assim, perguntamos à Comissão Europeia:
1. Dispõe de informações relativamente às verbas afectas à Cultura em cada um dos 27 Estados-Membros, em percentagem do respectivo PIB?
2. Que verbas do Programa Cultura ou de outros programas e medidas destinadas a financiar a Cultura, relativas ao actual Quadro Financeiro Plurianual (2007-2013), foram até à data utilizadas por cada um dos 27 Estados-Membros?
3. Na proposta para o próximo Quadro Financeiro Plurianual (2014-2020), qual o montante das verbas previstas para a Cultura? Qual a evolução prevista face ao anterior QFP?
 ». Fonte:
site do PCP.

 

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

SEMANA DE PROTESTO



O PROGRAMA DA SEMANA DE PROTESTO  24SET - 30SET  PELO PAÍS . Para a Capital:

LISBOA
21
18H30,
Assembleia de activistas
24 - 27
Contactos com colectividades e grupos culturais - Lisboa, Sintra, Carnide e Vila Franca de Xira
Ensaios na rua das rusgas e grupos de agitação
28
18h, Cais do Sodré, Largo das Belas Artes, Baixa/Chiado, Rossio, Largo do Carmo, Príncipe Real  Largo do Camões
Acorrei, que matam a Cultura!
Rusga de rusgas - Grupos de agitação e esclarecimento convergem para o Largo do Camões
19h30, Largo do Camões
Intervenção política, Final
20h, Largo do Camões
Convívio de activistas
 -

«ACORDAI»


Fernando Lopes Graça - Acordai (interpretação por Lisboa Cantat)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

«A LUTA CHEGOU À CULTURA»

A luta chega à cultura

Em defesa da cultura, vão ser organizadas na última semana de setembro ações de luta em todo o país. O manifesto foi apresentado esta manhã em Lisboa, depois de um ano de organização. O movimento apresentou o programa de luta contra o "estrangulamento financeiro". Saiba mais ouvindo aqui.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

A CARTA DE DEMISSÃO DE PEDRO DIAS DE DIRETOR DA BIBLIOTECA NACIONAL DE PORTUGAL



«Exmo. Senhor Doutor Rui Pereira Muito Ilustre Chefe de Gabinete do Secretario de Estado da Cultura Palácio Nacional da Ajuda Lisboa Venho, por este meio, manifestar a V. Exa. o meu desconforto pela situação que me foi criada, com os sucessivos adiamentos da minha saída da direcção da Biblioteca Nacional. Ficou claro, quando do surpreendente convite que me foi feito, que só o aceitaria, pelo período necessário que decorresse até à reabertura ao público da Biblioteca Nacional de Portugal. Acaba de passar um ano sobre essa data, em que, todo o espólio da instituição, fisicamente ou através de meios informáticos, voltou a estar disponível. Apesar dos meus apelos, e da minha renúncia formal, em 28 de Dezembro passado, não fui dispensado, acrescendo que, desde 1 de Abril último, por motivo da entrada em vigor da nova Lei Orgânica, me encontro em gestão corrente. Os prejuízos pessoais e familiares para mim são grandes, e do ponto de vista de saúde ainda pior. Mais ainda, não só não me revejo na politica do Senhor Primeiro Ministro, como estou completamente contra ela, e não reconheço legitimidade ao Governo para se manter em funções, por ter renegado todas as promessas feitas ao eleitorado, e que constituem a base da sua legitimidade democrática. É assim absolutamente inaceitável ser cúmplice destas acções, enquanto Director-Geral, participando na delapidação de Portugal e dos seus recursos, em benefícios de grupos económicos, com o esmagamento das classes trabalhadoras e do domínio, no campo politico, da Maçonaria, entidade que sempre combati. Já me desvinculei do PSD, de que já não sou militante, e não desejo voltar a ter qualquer colaboração com esta instituição, que nada tem a ver com a que, a partir de Maio de 1974, ajudei a desenvolver e a afirmar-se. Dado que não consigo falar com Senhor Secretario de Estado, com quem só me avistei duas vezes, desde 1 de Julho de 2011, recorro a V. Exa., para que lhe seja transmitido o teor desta carta. Os problemas que o Governo tem com a substituição dos Directores-Gerais são fruto da sua própria politica, da sua descredibilização e da sua inépcia, pelo que não me devo sujeitar aos resultados das suas acções e omissões, quando sou clara e frontalmente oposição ao mesmo. Enquanto Director-Geral, não boicoto a sua actividade nem deixo de cumprir as minhas obrigações, fazendo tudo o melhor que consigo e sei, mas contrariado. Com os roubos sucessivos que tenho sido alvo, nada me move para auxiliar aqueles que, paulatinamente, arruínam Portugal. Peço pois, uma vez mais, para ser libertado deste fardo que é demasiadamente pesado para mim e que não mereço suportar; é castigo por crime que não cometi. Apresento a V. Exa. os meus mais respeitosos cumprimentos Coimbra, 11 de Setembro de 2012». Saiba mais no DN. 

«É PRECISO ACREDITAR»

terça-feira, 18 de setembro de 2012

COERÊNCIA

Maria Teresa Horta

«(...»
“Na realidade eu não poderia, com coerência, ficar bem comigo mesma, receber um prémio literário que me honra tanto, cujo júri é formado por poetas, os meus pares mais próximos - pois sou sobretudo uma poetisa, e que me honra imenso -, ir receber esse prémio das mãos de uma pessoa que está empenhada em destruir o nosso país”, explicou Maria Teresa Horta à Lusa.
“Sempre fui uma mulher coerente; as minhas ideias e aquilo que eu faço têm uma coerência”, salientou a escritora que acrescentou: “Sou uma mulher de esquerda, sempre fui, sempre lutei pela liberdade e pelos direitos dos trabalhadores”.
Para Maria Teresa Horta, “o primeiro-ministro está determinado a destruir tudo aquilo que conquistámos com o 25 de Abril [de 1974] e as grandes vítimas têm sido até agora os trabalhadores, os assalariados, a juventude que ele manda emigrar calmamente, como se isso fosse natural”.
A autora afirmou que “o país está a entrar em níveis de pobreza quase idênticos aos das décadas de 1940 e 1950 e, na realidade, é ele [Passos Coelho], e o seu Governo, os grandes mentores e executores de tudo isto”. Leia mais no jornal Público.

(...)»

SEMANA EM DEFESA DA CULTURA - 24 A 30 SET

(clic na imagem para ampliar)
 

domingo, 16 de setembro de 2012

«A POESIA ESTÁ NA RUA»


Tirada daqui - «Hoje foi magnífica,
espectacular e impressionante»


Tirada daqui - «Nada pode ser como antes» 


Tirada daqui - «Orgulho»


Tirada daqui - «Atestado de óbito»



Tirada daqui. - «A POESIA ESTÁ NA RUA»

E porque estamos no Elitário Para Todosuma forma de expressarmos  por que nos manifestamos também, de Sophia de Mello Breyner Andersen:
Pranto pelo dia de hoje
Nunca choraremos bastante quando vemos
O gesto criador ser impedido
Nunca choraremos bastante quando vemos
Que quem ousa lutar é destruído
Por troças por insídias por venenos
E por outras maneiras que sabemos
Tão sábias tão subtis e tão peritas
Que nem podem sequer ser bem descritas

Revolução
Como casa limpa
Como chão varrido
Como porta aberta

como puro inícío
Como tempo novo
Sem mancha nem vício

Como a voz do mar
Interior de um povo

Como página em branco
Onde o poema emerge

Como arquitectura
Do homem que ergue
Sua habitação


Mas também isto (sublinhado nosso) :



Uma seleção
«Ao regressar da manifestação, enquanto procurava notícias na rádio, deparei-me com a final do Europeu de hóquei em patins. Um Portugal-Espanha emotivo, em que os portugueses tiveram o troféu até seis segundos do final, quando um golo espanhol decidiu a partida em sentido contrário. Mal soou o apito, ouvi o capitão Reinaldo Ventura, ainda abalado com o resultado, comentar: "foi pena, queríamos dedicar esta vitória a todas as pessoas que hoje saíram à rua". Juro que não sonhei. Isso é uma seleção, carago». ver aqui

«SHOCK ME IF YOU CAN»



  Obra de Marcel Duchamp


Shock Me if You Can - hoje no blogue Arts Beat do NYT.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

«HÁ A SENSAÇÃO DE VIVER DE NOVO EM DITADURA»

 “Há a sensação de viver de novo em ditadura”, diz Siza Vieira

«(...)
Álvaro Siza Vieira afirmou que, "ultimamente", a sensação em Portugal é de se viver "de novo em ditadura", numa mensagem gravada para a 8ª Bienal Ibero-Americana de Arquitectura e Urbanismo, que decorre em Cádiz.
Na declaração divulgada, Siza Vieira, que se recusa a ser considerado um patriarca dos arquitectos, explica que está num constante processo de aprendizagem e que, "ultimamente" a aprendizagem "mais dura e mais forte" é assumir que, em Portugal, "se vive de novo em ditadura".
(...)Sobre o sector da arquitectura, Siza Vieira disse que, em Portugal, "em geral, se constrói mal e, apesar das regulações, parece não haver interesse em construir bem".
Siza Vieira aponta a arquitectura como exemplo para demonstrar a sua desconfiança na possibilidade de os dirigentes partidários tomarem decisões pensando no bem comum. "Quando uma cidade muda a composição política dominante, os projectos anteriores são recusados, na maior parte das vezes. Há um apetite de ruptura total que tem a ver com interesses e com processos de afirmação política. Creio que isso é muito prejudicial para a cidade", conclui o Prémio Pritzker, a quem a Bienal de Veneza reconheceu a carreira, com a atribuição do Leão de Ouro, o prémio máximo, na abertura da edição em curso, no início deste mês.». Ler mais. E o site da BIAU.

terça-feira, 11 de setembro de 2012

PREPARAÇÃO DA SEMANA «PELA CULTURA»


«AGRUPAMENTO COMPLEMENTAR DE EMPRESAS»

Já saiu o diploma  Decreto-Lei n.º 208/2012. D.R. n.º 174, Série I de 2012-09-07 que cria «Agrupamento complementar de empresas», de realidades que por acaso não são «empresas», mas sim «entidades públicas empresariais» - será que isto não significa nada !.  O diploma: 
«Procede à transformação da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, I. P., em entidade pública empresarial, à cisão da Companhia Nacional de Bailado do Organismo de Produção Artística, E. P. E., e à sua transformação em entidade pública empresarial, à alteração da denominação do Organismo de Produção Artística, E. P. E., para Teatro Nacional de São Carlos, E. P. E., à aprovação dos Estatutos da Cinemateca Portuguesa - Museu do Cinema, E. P. E., da Companhia Nacional de Bailado, E. P. E., do Teatro Nacional D. Maria II, E. P. E., do Teatro Nacional de São Carlos, E. P. E., e do Teatro Nacional de São João, E. P. E., e à constituição de agrupamento complementar de empresas formado pelas entidades públicas empresariais da área da cultura».

sábado, 8 de setembro de 2012

A VIDA DOS OUTROS - BAM Brooklyn Academy of Music


No New York Times de hoje o trabalho «Darting and Stuttering Through Many Points of Light ‘Eclipse,’ by Jonah Bokaer and Anthony McCall, at BAM Fisher», levou-me uma vez mais à  BAM (Brooklyn Academy of Music). E nestas andanças depois de ver o que está a acontecer no momento, quanto ao Programa,  acabo por me deter sempre nas «minhas áreas» e, desta vez, lá estou eu a olhar para os financiamentos, e  para a forma omo fazem os seus Relatórios.
 E como não se fazem «omoletes sem ovos», veja-se donde vem o dinheiro para a BAM:
«BAM's groundbreaking programming is only possible with the assistance of a broad and diverse family of supporters. Private foundations together with government agencies are key partners in BAM's success. BAM works closely with foundation and government agency supporters to identify the opportunities and programs that will enable them to best meet their varying objectives. Foundations and government agencies can play instrumental roles across BAM programs via general support; catalyze choreographic progress through grants to BAM Dance presentations; or help expose New York youth to world-class arts by supporting BAM's educational initiatives, to name only a few possibilities. BAM recognizes foundation and government support in BAM publications and other forums, as appropriate.». E para ver de que montantes estamos a falar é só consultar os Relatórios, logo anunciados na primeira página do site  - BAM annual reports. Por exemplo, o de 2011, aí está a vista de todos, e uma verdadeira «peça de marketing», a abrir com  a missão da BAM:
 
BAM’s mission is
to be the home
for adventurous
artists, audiences,
and ideas.
 
E não pode deixar de reparar-se na forma como a comunicação é feita, começando pelo site e pela maneira como se articulam com as redes sociais. E sobre o ECLIPSE, afinal o que no NYT me levou a esta visita à BAM, no Youtube:




 
 

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

ACORRERAM




Sobre a Semana em Defesa da Cultura que está a ser anunciada através da «palavra de ordem» ACORREI, QUE MATAM A CULTURA!!! (ver post anterior) já há quem tenha acorrido a pronunciar-se: Pacheco Pereira na revista SÁBADO passada.Como não temos link, um excerto do artigo  tirado daqui:
 
«Um desenho que ilustra as actividades do Manifesto em Defesa da Cultura é todo um tratado simbólico do pensamento sobre a "coisa". Há dois glutões armados de dentes e ferrões, com vários olhos, que atacam uma menina indefesa que cai de alto, com os seus longos cabelos, a dita "cultura". "Acorrei que matam a cultura!!!", nem mais nem menos do que com três pontos de exclamação. O texto do Manifesto de Dezembro de 2011 revela bem a imbricação desta "cultura" com a burocracia governamental, nele se refere o PRACE, o PREMAC, o INOVART, o ICA, a DG Artes, todos os acrónimos usados com o à-vontade de quem conhece bem estes meandros do Estado. O Manifesto é um longo e palavroso exercício dominado pelo dinheiro "não mercantil", ou seja, o do Estado, o célebre 1% no Orçamento para a "cultura". Dinheiro e o modo burocrático como é concedido são as preocupações fundamentais: "Destruição e perversão do princípio de serviço público; estrangulamento financeiro; desmantelamento, redução e desqualificação de serviços; centralização e agregação burocrática de instituições; mercantilização: as políticas de agressão à Cultura seguidas pelos últimos governos criaram uma situação insustentável". A preocupação não se afasta nunca do Estado. Repare-se que não se trata de uma queixa contra a censura, contra perseguições a artistas individuais pelo que fazem ou dizem, mas uma queixa geral sobre a falta de encomendas: ""Austeridade" na cultura não destrói só o que existe, destrói o que fica impedido de existir". E o que "fica impedido de existir" é, entre outras coisas, "a criação contemporânea". O que temem é uma "área cultural (...) inteiramente colonizada, sem alternativa, pelos produtos mercantis, rotineiros e homogeneizadores das indústrias culturais". Dono por dono, preferem o Estado e os governos.»
 
E a reação de Carlos Vidal no Blogue 5dias: Directamente da Marmeleira Pacheco Pereira volta a pronunciar-se sobre arte, cultura e o Estado (na “Sábado”)  de onde se tirou esta passagem:
 
«Mas por que é que Pacheco Pereira acha bem, na sua postura “liberal”, que a Cornucópia, por exemplo, agonize? Por uma razão muito simples: porque nunca lá pôs os pés, nem lá nem numa sala de concertos onde se trabalhe música depois de Bach (acabou-lhe a mente por aí). Nunca lá pôs os pés como nunca pôs os pés numa sala onde se represente obra de coreógrafos ou coreógrafas dos nossos dias, cineastas, artistas plásticos, galerias, não sabe o que é a Documenta de Kassel, não sabe o que é crítica de arte: uma vez li um “texto” (com muitas aspas) do indivíduo sobre o seu amigo Ângelo de Sousa (que eu tive o prazer de prefaciar o “Jornal da Exposição” quando de uma retrospectiva ainda na Casa de Serralves) – foi para mim uma experiência triste. Fiquei em depressão por haver gente que não reconhece um espelho para se ver. O indivíduo não domina um único termo, uma única palavra, um único conceito do vocabulário plástico nem crítico. E teria de dominar? Sim.»
 
E como tem a ver com tudo isto, o Elitário Para Todos sugere que se ouça o que Rui VIeira Nery disse no Sinais de Fumo e divulgado neste Post.
 

SEMANA NACIONAL DE LUTA EM DEFESA DA CULTURA, CONTRA A AUSTERIDADE


«O Manifesto em defesa da Cultura, dando expressão ao sentimento generalizado de alarme e indignação pelo estado da cultura e do país, convoca e promove a iniciativa ACORREI QUE MATAM A CULTURA!!! - SEMANA NACIONAL DE LUTA EM DEFESA DA CULTURA, CONTRA A AUSTERIDADE, descentralizada, a decorrer na semana de 24 a 30 de Setembro de 2012.
Esta iniciativa tem como objectivos:
  • Denunciar a situação de catástrofe, social, cultural e civilizacional que as políticas de austeridade do Governo e da Troika estão a provocar;
  • Afirmar na rua a exigência de mais investimento na cultura, da nossa meta imediata de 1% do Orçamento do Estado para a Cultura, tendo como objectivo a atingir gradualmente, 1% do PIB para a Cultura;
  • Exigir o cumprimento da Constituição da República no que toca às garantias pelo Estado de um serviço público de cultura e do livre acesso à criação e fruição culturais.
Esta semana de luta, organizada em cada região consoante o programa a anunciar por cada núcleo, será voltada para a rua, para a agitação, mobilização e consciencialização dos cidadãos. O seu programa completo será anunciado em meados de Setembro.
O Manifesto em defesa da Cultura apela a todos os cidadãos, trabalhadores da cultura e das artes, a todas as estruturas de criação e produção culturais que partilham e lutam por estes objectivos, que se juntem a esta semana de luta, participando nas suas diversas iniciativas locais». Mais

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

«O ÚLTIMO "REALIZADOR VERMELHO" A QUEM A IGREJA RECONHECEU A OBRA»


 
 
Cinema
Patriarca de Veneza e Ken Loach: Igreja distingue realizador atento à injustiça social
O cineasta britânico Kenneth Loach recebeu esta terça-feira das mãos do patriarca de Veneza o prémio Robert Bresson, que há 13 anos é concedido pela fundação italiana Ente dello Spettacolo, em parceria com o Conselho Pontifício da Cultura.
O galardão entregue por D. Francesco Moraglia durante o Festival de Cinema de Veneza distinguiu uma obra cinematográfica «caracterizada por um forte empenho político e social, atenta ao progresso da civilização e à solidariedade humana», refere o texto que justifica a entrega do prémio.
O cinema de Loach mostra «as condições de vida da classe operária, dos emigrantes e dos desempregados, categorias sociais a quem frequentemente é negada a dignidade de trabalhadores e de homens, e por isso desejosos de resgate e justiça social.
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A entrega do prémio da Igreja Católica a um artista que não esconde a simpatia por políticas de esquerda suscitou a curiosidade dos jornalistas.
«Isso faz parte dos estereótipos que muitas vezes envolvem as pessoas», respondeu D. Francesco Moraglia, acrescentando que para além das referências pessoais «pode haver convergência, o que não significa abdicar das próprias ideias mas olhar em conjunto aspectos da realidade em que se podem encontrar convergências e trabalhar para que essa realidade se torne melhor.
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Na cerimónia de entrega do prémio intervieram também o presidente da Bienal de Veneza, Paolo Baratta, e o responsável máximo da Fundação Ente Spettacoli, padre Dario Viganò, que se referiu a Loach como o «último realizador vermelho» a quem a Igreja reconheceu a obra.
«Uma pessoa extraordinária e uma das figuras do cinema que sabe contar as vicissitudes do humano que nada têm de incompatível com o Evangelho», salientou. (...).  Veja a notícia completa  no Secretarido Nacional da Pastoral da Cultura

terça-feira, 4 de setembro de 2012

NÃO ABERTURA DE CONCURSOS DE APOIO ÀS ARTES: A RESPOSTA DO GOVERNO

 

 

 
A resposta do Governo à Pergunta feita pelo Deputado Manuel Tiago sobre a não abertura dos Concursos de Apoio às Artes já foi dada e  pode ser vista aqui, ou seja, no Portal da Assembleia da República. O assunto merece mesmo ser acompanhado, não só pela razão central - o apoio às artes - mas também para se perceberem os mecanismos  técnicos de natureza orçamental adiantados.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012